“ Quando acabei, contei doze erros ortográficos”
Quando eu era pequena pensava que, trabalhando muito podia alcançar tudo o que desejasse mas com o tempo fui percebendo que as coisas não são assim tão simples, muito do que o trabalho nos dá, a vida tira de um modo ou de outro.
Muita vezes diz-se:
- O dinheiro não dá felicidade!
Pois eu penso que a felicidade dá dinheiro. Isto pode parecer uma contradição mas a verdade é que o dinheiro e a felicidade têm que andar juntos, para haver alegria e vontade de viver, para poder estar de bem com os outros e apreciar tudo de bom que a vida nos pode dar.
A vida é aquilo que a nossa mãe nos dá, por vezes de má vontade, mas que é nosso, quer ela queira ou não. Nós pegamos nessa coisa tão preciosa e não sabemos o que fazer com ela. Começamos por sonhar: sonhamos que vamos ser ricos, que vamos ser felizes, que vamos amar as pessoas certas, que vamos ter filhos perfeitos, tanto física como psicologicamente, etc. etc. etc.
Mas, as pessoas certas não são aquelas por quem nos apaixonamos. E essas nem sempre se apaixonam por nós. Os filhos que sonhámos, já não são os nossos sonhos, são os sonhos dos nossos filhos e tudo aquilo que sonhamos quando somos jovens, desfaz-se como o fumo ao vento quando ficamos adultos.
No fundo da questão está a vida, ela tem um período bastante curto para se acertar, aqui não há:
“ corta! Vamos fazer de novo!”
Nós passamos o tempo todo a tentar acertar mas a maioria das vezes erramos, ao errar prejudicamos quem nos rodeia e isso faz-nos infelizes a nós e a eles…
Vou acabar este monte de erros, pois como experiência já chega, experiência de escrever na máquina eléctrica, bem entendido, porque escrever sobre aquilo que eu penso, não é erro nem experimental e ponto final.
Lisboa, 03-10-98
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